A descoberta de mensagens trocadas entre Saulo Moura da Cunha, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), e o general Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), aponta a solicitação de Dias para ter seu nome removido de um relatório do órgão. Estes dados integram uma continuidade de revelações sobre a quebra do sigilo telefônico de Moura da Cunha, sendo divulgados de modo formal nesta quinta-feira (31) pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito.
O relatório em questão foi expedido ao senador Espiridião Amin (PP-SC), fazendo referência a indivíduos que teriam recebido alertas do WhatsApp acerca de um suposto perigo de invasão nos edifícios dos três poderes. Consta as mensagens trocadas entre Moura da Cunha e Gonçalves Dias, onde Dias questiona “Será que meu nome pode ser retirado daquela relação?” e “Pode tirar o meu nome”, tendo como resposta de Moura: “Claro, o senhor não era parte da operação.”
Em resposta aos questionamentos feitos por Gama na oitiva do colegiado, Gonçalves Dias nega que tenha havido fraudes no relatório e o classificou como um material de caráter informal. A divulgação dessas informações não se restringe ao caso de Gonçalves Dias, mas integra uma correspondência maior liga à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito. Este episódio foi revelado por meio da CNN, sendo aberto ao público há duas semanas pelo âncora Leandro Magalhães.