Uma nova análise sobre o icônico desenho “Homem Vitruviano”, de Leonardo da Vinci, revelou um detalhe geométrico que permaneceu despercebido por mais de 500 anos. Um estudo publicado no periódico científico Journal of Mathematics and the Arts identificou um triângulo equilátero oculto na composição da obra, sugerindo novas camadas de interpretação sobre as intenções do mestre renascentista.
A Descoberta Geométrica
A pesquisa foi conduzida pelo dentista e pesquisador londrino Rory Mac Sweeney. Segundo o artigo, a figura geométrica está localizada na região pélvica do homem representado no desenho. A descoberta propõe que a inclusão do triângulo não foi acidental, mas sim uma escolha deliberada de Da Vinci para incorporar princípios matemáticos e simbólicos mais profundos à sua representação das proporções humanas ideais, baseadas nos escritos do arquiteto romano Vitrúvio.
Novas Interpretações e Simbolismo
O texto original que inspirou esta matéria aponta que o triângulo equilátero é uma forma carregada de simbolismo, historicamente associada à harmonia, estabilidade e perfeição. Na análise de Mac Sweeney, a presença desta forma poderia representar a busca de Da Vinci por uma união entre o humano e o divino, ou uma representação da trindade. Essa hipótese adiciona complexidade ao desenho, que já é célebre por sua fusão entre arte, ciência e filosofia, ao inscrever a figura humana simultaneamente em um círculo e um quadrado.
Contexto e Repercussão da Obra
O “Homem Vitruviano”, criado por volta de 1490, é um dos estudos mais famosos de Da Vinci sobre a proporção e a simetria do corpo humano. A obra é um marco do Renascimento e exemplifica o interesse do período pela integração entre o conhecimento clássico e a observação empírica. Atualmente, o desenho original pertence ao acervo da Gallerie dell’Accademia, em Veneza, na Itália, e é raramente exibido ao público devido à sua fragilidade.
A descoberta do triângulo oculto reforça a percepção de que as obras de Da Vinci contêm níveis de complexidade que continuam a desafiar estudiosos. Para historiadores da arte e da ciência, a análise de Mac Sweeney abre um novo campo de debate sobre a profundidade matemática e filosófica presente nos trabalhos do artista, demonstrando que mesmo peças exaustivamente estudadas ainda podem guardar segredos.