Um estudo divulgado pelo Grupo de Trabalho de Grandes Comunidades contra o Antissemitismo (J7) registrou um aumento significativo em crimes e atos de hostilidade contra judeus em nações ocidentais. O relatório, apresentado em Berlim, destacou avanços expressivos dos casos, com destaque para a Austrália, que registrou alta de 317% em 2024.
Nos Estados Unidos, o crescimento foi de 5% no mesmo período, mas segue uma tendência de aumento contínuo desde 2021. Entre 2021 e 2023, o país já havia contabilizado um salto de 227% nos incidentes antissemitas. Segundo o estudo, esse cenário se intensificou após os ataques do grupo Hamas em 7 de outubro de 2023, que provocaram uma nova onda de hostilidade contra judeus em diversas regiões.
Marina Rosenberg, vice-presidente sênior da Liga Antidifamação, afirmou que os níveis de perseguição atuais não têm precedentes nas últimas décadas. Ela defende que os governos adotem as Diretrizes Globais para Combater o Antissemitismo, com o objetivo de proteger física e moralmente as comunidades judaicas.
O relatório também aponta que, diante da elevação dos ataques, muitos judeus têm ocultado sua identidade em ambientes públicos e profissionais. Para Rosenberg, a situação exige respostas imediatas por parte dos países democráticos.
Na Argentina, Mauro Berenstein, presidente da Delegação de Associações Israelitas Argentinas, chamou a atenção para o crescimento de discursos antissemíticos disfarçados de críticas em instituições de ensino e locais de trabalho. Segundo ele, tais manifestações têm servido para perpetuar preconceitos históricos.
A apresentação do estudo ocorreu em Berlim, na quarta-feira 7, como parte das atividades pelos 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. A pesquisadora Daphne Klajman, do Hillel Rio, destacou a relevância simbólica da escolha da capital alemã, que atualmente abriga centros de pesquisa sobre o ódio antissemita.
O J7 reúne representantes de comunidades judaicas da Argentina, Austrália, Canadá, França, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos.