Quase metade das mulheres brasileiras sofrem com transtornos mentais e carregam um excesso de responsabilidades, revela estudo conduzido pela ONG Think Olga, divulgado na última quarta-feira. O estudo inovador foi realizado com mais de mil mulheres em todos os estados do país, sugerindo que os padrões de beleza impostos e o medo de violência impactam negativamente a saúde mental. Além disso, a dificuldade em conciliar diferentes aspectos da vida e a pressão financeira foram aspectos fundamentais para a baixa satisfação das entrevistadas.
O levantamento aponta que 45% das mulheres apresentam algum diagnóstico de transtorno mental como ansiedade ou depressão. Outras questões importantes foram levantadas, como a dificuldade em lidar com a situação financeira e a capacidade de conciliar diferentes aspectos da vida, que exibiram as menores notas de satisfação. As impactantes descobertas têm como pano de fundo a pandemia, citada pelas entrevistadas como um fator que intensificou os problemas de saúde mental.
A pesquisa ainda evidenciou que as mulheres são as principais ou únicas provedoras em 38% dos lares, com uma predominância de mulheres negras, da classe D e E e com mais de 55 anos de idade. Elas também revelam um alto nível de preocupação com a carga de responsabilidade, atingindo a marca de 86% das mulheres interrogadas e destacando a forte pressão social e doméstica que enfrentam. Os resultados reforçam a necessidade urgente de políticas públicas voltadas para a saúde mental das mulheres, considerando as especificidades e desigualdades de gênero contidas nesta questão.