Estudo aponta risco de extinção de pinguins-imperadores devido ao degelo na Antártica

O futuro dos pinguins-imperadores corre sério risco, conforme aponta um estudo recente que descobriu uma taxa de mortalidade “catastrófica” em filhotes de várias colônias na Antártica. O estudo associa o alarmante número de mortes de filhotes ao degelo precoce decorrente das alterações climáticas. Observando cinco colônias na região do Mar de Bellingshausen, no oeste da Antártica, os pesquisadores descobriram que quatro delas sofreram uma perda “catastrófica” de 100% de seus filhotes, que morreram afogados ou de frio quando o gelo abaixo deles derreteu inesperadamente.

O estudo, que foi publicado na revista Communications: Earth & Environment, da Springer Nature, relata que os filhotes não estavam maduros o suficiente para aguentar as duras condições climáticas da região. “Este é o primeiro grande fracasso reprodutivo de pinguins-imperadores em várias colônias ao mesmo tempo, devido ao derretimento do gelo marinho, e é provavelmente um sinal do que está por vir”, disse à AFP o principal autor do estudo, Peter Fretwell, pesquisador do British Antarctic Survey. A população de pinguins-imperadores, que era composta por cerca de 250 mil casais reprodutivos na Antártica, sofreu um golpe significativo com este evento, especialmente porque a colônias do Mar de Bellingshausen representam menos de 5% desse total.

Além disso, os pesquisadores alertam sobre as graves implicações do degelo precoce, que ocorreu durante a temporada de reprodução dos pinguins-imperadores. O gelo marinho da Antártica, formado pelo congelamento da água salgada do oceano, atingiu taxas recordes de derretimento no ano passado, antes de cair em fevereiro para os menores níveis em 45 anos. Devido a isso, Fretwell alerta que “globalmente, 30% de todas as colônias foram afetadas pelo degelo no ano passado, e por isso haverá muitos filhotes que não sobreviveram”. O British Antarctic Survey está extremamente preocupado com a sobrevivência dos pinguins-imperadores e estima que, se o ritmo atual das mudanças climáticas continuar, a espécie pode desaparecer até o fim do século.