Em meio à acirrada competição no setor alimentício no Brasil, a gigante rede holandesa de supermercados, Makro, encerrou oficialmente todas as suas operações no país em julho de 2023. A decisão espantou muitos consumidores fiéis, que foram pegos desprevenidos apesar do anúncio ter sido feito em abril do mesmo ano.
Operando no Brasil desde a década de 70, a Makro foi um marco na vida de milhares de consumidores. Foi administrada pelo conglomerado holandês SHV. Em 2020, parte de suas lojas foram vendidas ao Grupo Carrefour Brasil, totalizando 29 unidades num negócio bilionário de R$ 1,95 bilhão.
Posteriormente, no ano de 2022, o Grupo Muffato adquiriu 16 lojas e 11 postos de gasolina da rede de atacarejo. Visando ainda liquidar seu patrimônio no país, a Makro designou o Santander para encontrar um potencial comprador para as restantes 24 lojas no território brasileiro, com expectativa de arrecadar cerca de R$ 2 bilhões.
Ainda com presença na América do Sul, a rede mantém operações na Venezuela, Argentina e Colômbia contando um quadro de 8 mil colaboradores.
O encerramento das atividades do Makro no Brasil está atrelado à competição vigorosa no setor de atacarejo. Após a venda do restante de suas lojas para o Grupo Muffato, Savegnago e Grupo Pereira em 2023, a Makro se despediu oficialmente do mercado brasileiro, encerrando as atividades do seu site e publicando um anúncio melancólico nas redes sociais.
O alerta emocional dizia: “Há 50 anos iniciamos nossa jornada no Brasil, e em todos estes anos participamos de sua história, da sua evolução e do seu crescimento. Estivemos sempre ao seu lado e fizemos parte da sua família. Hoje, temos a certeza de ter conquistado um lugar no seu coração. Nossa operação se despede do Brasil deixando nosso agradecimento a todos clientes, fornecedores e colaboradores que juntos fizeram parte desta história.”
O perfil oficial da Makro Brasil não está mais ativo nas redes sociais; os únicos perfis que restam são dos países em que a rede ainda opera como Colômbia, Venezuela e Argentina.
Dessa maneira, a despedida amarga da Makro torna-se uma lembrança marcante na história do varejo do Brasil, ao mesmo tempo em que levanta questionamentos sobre o futuro competitivo no setor alimentício do país.