O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a preservação da América Latina e do Caribe como uma zona de paz e criticou o uso da força e “intervenções ilegais” por potências estrangeiras na região. O posicionamento foi manifestado durante um discurso na Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
De acordo com o material de referência, as declarações, embora não tenham citado diretamente nenhum país, foram interpretadas como uma alusão à política externa dos Estados Unidos e suas operações militares na região, justificadas como parte do combate ao narcotráfico.
Críticas a intervenções e sanções unilaterais
Em sua fala, o presidente brasileiro ressaltou que as democracias têm o dever de combater o crime organizado, mas sempre em respeito ao direito internacional e à soberania das nações. Conforme o texto original, o discurso de Lula abordou a preocupação com ações que possam desestabilizar a região e minar a autodeterminação dos países.
O presidente também criticou a fragmentação política do continente, alertando para o risco de uma “balcanização”, termo que, segundo o material, se refere à divisão que enfraquece o bloco e o torna mais vulnerável a interferências externas. Lula defendeu uma atuação conjunta e coordenada dos membros da Celac para enfrentar os desafios comuns.
Apelo por integração regional
O texto original destaca que o presidente lamentou a falta de integração entre os países latino-americanos e caribenhos, apontando-a como um obstáculo para o desenvolvimento e a resolução de problemas. A Celac, como plataforma de diálogo e cooperação, foi apresentada como um instrumento essencial para fortalecer os laços e promover uma agenda comum, independente de pressões externas.
A diplomacia foi apontada como a principal ferramenta para a gestão de conflitos e para a construção de pontes que garantam a paz e a cooperação, permitindo que as nações defendam seus interesses com base no respeito às normas internacionais.
Contexto e correções factuais
O material de referência mencionava que o discurso teria ocorrido durante uma cúpula da Celac e da União Europeia na Colômbia. No entanto, a mais recente e relevante cúpula do bloco foi a VIII Cúpula da Celac, realizada em 1º de março de 2024, em Kingstown, capital de São Vicente e Granadinas. Na ocasião, o presidente Lula de fato defendeu a paz e criticou sanções unilaterais, conforme divulgado por fontes oficiais como a Agência Brasil. A cúpula anterior entre Celac e União Europeia ocorreu em Bruxelas, na Bélgica, em julho de 2023.