Dirce Rogerio, a catarinense de 55 anos e única mulher detida durante os ataques golpistas do 8 de janeiro na sede dos Três Poderes, foi liberada do presídio da Colmeia, em Brasília, na última sexta-feira. Seu caso tem sido foco de celebrações por parlamentares bolsonaristas, visto como um marco em sua causa.
Rogerio havia sido mantida sob custódia até uma recente decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Segundo Moraes, Rogerio agora deve usar uma tornozeleira eletrônica e está proibida de sair de casa à noite.
Apelidada como “dona Dirce,” a catarinense é ré no STF pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de estado e dano qualificado. Embora a data de seu julgamento ainda não tenha sido definida, espera-se que ocorra nos próximos meses.
Vídeos da saída de Rogerio do presídio foram compartilhados pelos senador Magno Malta (PL-ES) e a deputada Júlia Zanatta (PL-SC). Ambos tiveram um papel ativo na atenção dedicada ao caso de Rogerio.
O senador Malta inclusive gravou um vídeo no seu canal do YouTube, onde é visto abraçando “dona Dirce”. Emocionado, Malta fez uma chamada de vídeo com outro indivíduo e chorou ao lado de Rogerio. Em seu perfil no Twitter, o senador escreveu, “Até que a última patriota seja libertada, estarei sempre ao lado de vocês.”
No fim de agosto, a deputada Zanatta encaminhou um pedido formal ao Supremo solicitando a soltura de Rogerio.
Pelas condições da libertação de Rogerio estabelecidas por Moraes, seu passaporte foi cancelado e ela está proibida de viajar para o exterior. As restrições também incluem a proibição de comunicação “por qualquer meio” com outros investigados.
Ezequiel Silveira, advogada da associação dos familiares dos detidos no 8 de janeiro, informa que outros 49 homens ainda continuam presos. Esta conta não inclui pessoas detidas posteriormente na Operação Lesa Pátria, que investiga os atos golpistas.
A situação desses presos e o julgamento de Rogerio são visto como questões chave na avaliação contínua do poder judiciário brasileiro na esteira dos ataques de 8 de janeiro.