Diretor do Banco Central descarta imposto sobre transações Pix e classifica ideia como ‘loucura’

Em declarações recentes, o diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do Banco Central do Brasil, Renato Dias de Brito Gomes, rechaçou a ideia de taxar as transações realizadas através do sistema de pagamentos Pix. Em suas palavras, a implementação de tal imposto seria considerada “uma loucura”.

Durante transmissão ao vivo semanal da instituição, na segunda-feira (4), Gomes fez questão de afirmar que a depender do Banco Central, tal imposto não seria aplicado. “Espero que não. Não é assunto do BC, mas seria uma loucura”, afirmou o diretor.

Em relação a rumores de que o Pix poderia substituir os cartões de crédito, Gomes negou veementemente tais alegações. Ele enfatizou que o propósito principal da plataforma Pix é a substituição do dinheiro físico, que considera um meio de pagamento ineficiente.

“O grande impacto do Pix é substituir dinheiro, que vai sempre existir, mas é um meio de pagamento ineficiente. Quanto mais houve migração de dinheiro para meios digitais, sobretudo o Pix, melhor. A preocupação do Pix não é substituir cartão de crédito, que oferece também outros serviços. Mas o crédito é uma grande avenida de desenvolvimento para o Pix”, pontuou Gomes.

Ao mesmo tempo, o diretor destacou que o Pix Internacional está entre as principais prioridades da agenda evolutiva do Banco Central, reiterando que o crédito é um grande campo de desenvolvimento para a plataforma.

Gomes também demonstrou apoio ao movimento dos servidores do BC para a reestruturação da carreira na instituição. Segundo ele, a equipe que trabalha no Pix entregou muito e faz-se necessário o devido reconhecimento.

“A equipe que trabalha no Pix entregou muito, e um dos grandes desafios para seguir na agenda evolutiva é a moral da equipe, devido à avaliação de que a carreira do BC não é devidamente valorizada”, finalizou o diretor.

Nesta segunda-feira o BC divulgou o “Relatório de Gestão do Pix – Concepção e primeiros anos de funcionamento 2020-2022”. O documento apresenta uma série de estatísticas sobre a plataforma, incluindo que a maior transação realizada através do sistema foi de R$ 1,2 bilhão, em dezembro de 2022.