O crescente fascínio pelo turismo espacial tem trazido inúmeras perguntas à tona sobre o que é visível da órbita terrestre. Apesar de apenas um pequeno grupo de privilegiados milionários poderem experimentar a viagem ao espaço por enquanto, a curiosidade do público em geral é vasta. Entre as perguntas mais frequentes estão a sensação de gravidade zero e quais marcos da Terra podem ser claramente vistos do espaço.
Uma discussão recente chamou a atenção para uma postagem no Twitter do astronauta canadense Chris Hadfield, feita há mais de uma década. Hadfield participou de três missões espaciais e serviu como comandante na Estação Espacial Internacional (ISS). De acordo com Hadfield, um dos mitos mais perduráveis – que a Grande Muralha da China pode ser vista da órbita terrestre – é falso.
Essa revelação contraria uma crença popular de longa data. A explicação de Hadfield para isso é que nem todos os relevos, texturas e colorações da Terra são facilmente visíveis da ISS. A Grande Muralha da China, apesar de seus quase 22 mil quilômetros de extensão, é muito estreita e se mescla com as cores naturais dos terrenos ao seu redor, tornando-a indistinguível do espaço.
Isso inevitavelmente levanta a questão: quais pontos históricos e geográficos da Terra podem ser vistos do espaço? A resposta é que as maiores estruturas, com formatos distintos e localizadas em áreas abertas, são mais facilmente detectadas pelo olho humano da órbita terrestre. Vejamos quatro desses marcos.
As Grandes Pirâmides de Gizé, no Egito, são um alvo favorito para os astronautas e podem ser facilmente vistas do espaço. Segundo a NASA, a cada passagem da ISS, novos ângulos e sombras das pirâmides oferecem uma perspectiva única.
A Cordilheira dos Himalaias, a mais alta cadeia montanhosa da Terra, é realmente espetacular vista do espaço. Um recente registro do espaço em junho de 2021 destacou a visão dos picos nevados, lagos glaciais e os principais rios, junto com o Monte Everest, o pico mais alto do mundo.
O Grand Canyon no Arizona, nos Estados Unidos, oferece uma visão distinta, de seus desfiladeiros icônicos. Imagens do High Definition Earth-Viewing System (HDEV), que operou na ISS de 2014 até 2022, mostraram uma visão única deste fenômeno geográfico.
Finalmente, o rio Amazonas, o maior e mais caudaloso rio do mundo, é outro espetáculo visível do espaço. As imagens divulgadas pela Agência Espacial Europeia em 2017 mostram a vastidão do famoso delta do Amazonas, onde o rio deságua no oceano Atlântico.
Com este novo entendimento, podemos apreciar ainda mais as maravilhas do nosso planeta e ver que nem todos os mitos sobre a Terra vista do espaço são verdadeiros.