Raros artefatos de guerra romana, incluindo quatro espadas e uma lança com cabo, conhecida como “pilo”, foram encontrados por arqueólogos numa caverna perto da costa do Mar Morto, em Israel. Esses objetos, que têm aproximadamente 1.900 anos, foram achados na Reserva Natural En Gedi, envoltos em bainhas de madeira e couro.
A Autoridade de Antiguidades de Israel divulgou a descoberta em um comunicado público no dia 6 de setembro. “Encontrar uma única espada já é raro, imagine encontrar quatro! É um sonho! Esfregamos os olhos para acreditar”, afirmaram os pesquisadores.
Os estudiosos acreditam que essas armas eram espólios de guerra adquiridos pelo exército romano e provavelmente roubados pelos rebeldes da Judeia, de acordo com um artigo disposto na coletânea “New Studies in the Archaeology of the Judean Desert: Collected Papers”.
A caverna onde os artefatos foram encontrados é isolada e inacessível, localizada sobre penhascos. Durante uma pesquisa, os arqueólogos encontraram, por acaso, a lança e pedaços de madeira que sugeriam bainhas para armas.
Investigações posteriores revelaram a existência das espadas em uma fenda quase inacessível no nível superior da caverna. As espadas, “excepcionalmente bem preservadas”, foram encontradas ao lado de peças de couro, madeira e metal. Três destas eram revestidas por bainhas de madeira que mediam de 60 a 65 centímetros de comprimento. A quarta espada encontrada possuía 45 centímetros.
O local onde estas armas foram encontradas, uma fenda profunda em uma caverna isolada, sugere que as espadas e a lança foram levadas como espólio de soldados romanos ou do cenário de batalha e escondidas propositalmente pelos rebeldes da Judeia para serem reutilizadas, explica Eitan Klein, um dos diretores do Projeto de Pesquisa do Deserto da Judeia.
Outras escavações realizadas pelos pesquisadores descobriram uma moeda de bronze com o nome de Bar Kokhba, datada de 132 a 135 d.C. Nesse período, acontecia a revolta comandada por Bar Kokhba, mais conhecida como a Segunda Revolta Judaica, quando os judeus rebelados resistiam ao domínio romano na região.
Para Eli Escudido, diretor da Autoridade de Antiguidades de Israel, a descoberta é grande e empolgante. Fragmentos de pergaminhos, moedas da revolta judaica e até mesmo espadas em suas bainhas, bem preservadas devido às condições climáticas secas do deserto da Judeia, foram apresentados. “É uma cápsula do tempo única”, concluiu Escudido.
O processo de investigação desses objetos ainda está em desenvolvimento, com o objetivo de rastrear sua origem e possíveis fabricantes. Essa descoberta, devido à sua magnitude, tem alto valor para a comunidade arqueológica global, fornecendo novas perspectivas na compreensão do mundo antigo.