A recente decisão tomada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, de anular as provas fornecidas pela Odebrecht à Justiça, gerou preocupação e incerteza entre os delatores da gigante da construção.
Advogados da Odebrecht estão embaraçados no labirinto legal que a determinação de Toffoli cria, enquanto ex-executivos da empresa trocam mensagens apreensivas sobre as futuras ramificações da decisão.
“É uma situação desconhecida para todos nós. Não temos ideia do que vai acontecer a seguir,” lamentou um ex-membro do alto escalão da empresa.
A interpretação comum é de que o STF está efetivamente desmontando o acordo existente. Até recentemente, as decisões do ministro Ricardo Lewandowski classificavam as provas da Odebrecht como insustentáveis, porém, limitavam essa opinião a casos específicos.
Agora, a Toffoli aparentemente expandiu essa interpretação, uma ação que pode potencializar o potencial de problemas para os delatores da empresa.
Um dos principais delatores da Odebrecht, que falou à CNN sob condição de anonimato, descreveu o clima na empresa como de “desorientação” quando a notícia da decisão do STF foi divulgada.
A principal preocupação é se a decisão de anular as provas serve como prelúdio para a anulação completa do acordo. Além disso, a questão de como os acordos internacionais estabelecidos pela Odebrecht serão afetados permanece sem resposta.
A Odebrecht tem acordos vigentes com vários países, entre eles Panamá e Peru, e a decisão pode complicar ainda mais a posição da empresa e de seus executivos.
A situação ressalta a persistente saga judicial e financeira que envolve a Odebrecht, e levanta questões não apenas sobre o destino da empresa, mas também sobre o futuro da indústria de construção brasileira em geral.
E com as consequências da decisão de Toffoli ainda não claras, a única certeza que resta é que agitação e incerteza continuarão a pairar sobre a Odebrecht e seus associados no futuro previsível.