O Governo Federal contabilizou um déficit primário de R$ 35,9 bilhões no mês de julho, informou o Tesouro Nacional na última quarta-feira (30). Diferente do mesmo período do ano passado, quando foi registrado um superávit de R$ 19,7 bilhões, o resultado mensal atual representa o segundo pior da série histórica para este mês. Em julho de 2020, o déficit alcançou a cifra de R$ 109,6 bilhões, mantendo-se como o recordista negativo.
O saldo primário é a diferença entre as receitas e despesas do Governo, sem considerar o pagamento dos juros da dívida. De janeiro a julho de 2023, o déficit atingiu R$ 77 bilhões, equivalente a 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Ao olhar para o resultado acumulado em doze meses, o saldo negativo é de R$ 97 bilhões, ou 0,95% do PIB, contrastando com o superávit de R$ 78,8 bilhões do mesmo período em 2022.
Este montante negativo superou as projeções da pesquisa Prisma Fiscal, realizada pelo Ministério da Fazenda, que estimava um déficit de R$ 6 bilhões para o mês de julho. Segundo David Athayde, subsecretário de Planejamento Estratégico da Política Fiscal, a queda expressiva das receitas em 2023 é consequência de um “fator pontual” relacionado aos lucros do petróleo no ano passado. Contudo, ainda segundo Athayde, a expectativa é de um saldo positivo para o próximo semestre, estimulado pela reoneração dos combustíveis. A previsão é de que o déficit feche o ano em torno de 1% do PIB.