O Brasil registrou uma queda expressiva no número de trabalhadores vinculados a sindicatos nos últimos dez anos, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De 2012 a 2022, houve uma redução de 5,275 milhões de filiados, passando de 14,409 milhões para 9,134 milhões.
No último ano, apenas 9,2% da população ocupada (99,6 milhões de pessoas) era sindicalizada, um índice inferior a dois dígitos pela primeira vez no país. No período de pandemia de COVID-19, entre 2019 e 2022, cerca de 1,325 milhão de trabalhadores deixaram de ser sindicalizados.
Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, aponta a reforma trabalhista de 2017 como uma das causas da queda no número de filiados. A reforma aboliu o imposto sindical obrigatório e flexibilizou os contratos de trabalho, contribuindo para uma diminuição na participação coletiva dos trabalhadores.
A pesquisa também revelou que todas as regiões do Brasil tiveram redução na taxa de sindicalização no período analisado, sendo o maior recuo registrado no Sul (9,2 pontos percentuais). As regiões Norte e Centro-Oeste apresentaram os menores índices de sindicalização, enquanto as regiões Sul e Nordeste tiveram as taxas mais altas.