Em meio à uma crise hídrica, o Rio de Janeiro passou por uma interrupção no fornecimento de água na manhã desta segunda-feira devido à presença de espuma de origem desconhecida no rio Guandu, que sustenta a principal estação de tratamento do estado. O incidente, suspeito de ser originado de rejeitos industriais presentes em produtos de higiene, como detergentes, afetou cerca de 10 milhões de pessoas que dependem do sistema Guandu para abastecimento. A medida de interrupção foi tomada pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) com o intuito de resguardar a segurança hídrica da população.
Em nota, a Cedae declarou ter acionado o protocolo de contingência em razão da alteração da qualidade da água bruta. A companhia segue monitorando as condições da água até que a concentração de material desconhecido não represente mais uma ameaça, e desse modo, possa retomar a operação da estação. Durante este período, a Cedae orienta que a população economize água. Apesar de haver indícios de que o vazamento já tenha sido interrompido, a distribuição de água só será normalizada três dias após o restabelecimento das operações na estação de tratamento.
Responsável pela fiscalização ambiental, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) não foi notificado por nenhuma indústria sobre o possível vazamento de rejeito, o que já caracteriza um crime ambiental. A entidade promete agora apurar a origem do incidente. “Vamos verificar se foi alguma falha operacional de uma planta industrial licenciada. Ela é obrigada a avisar a ocorrência de vazamentos para que os órgãos ambientais tomem medidas. Já há inconformidade tanto no lançamento como na ausência de comunicação”, disse Philipe Campello, presidente do INEA.