Contraste na construção: São Paulo x tecnologia chinesa de pré-fabricados

Em São Paulo, a construtora São José se empenha para finalizar as obras do Edifício St. Barth, que segue em construção há 5 anos. Por outro lado, na China, a Broad Group, empresa de construção civil, chamou a atenção mundial ao edificar um prédio de dez andares em impressionantes 28 horas, utilizando uma técnica que envolve a aplicação de placas de concreto pré-fabricadas para a montagem das estruturas.

De acordo com Flávio Vicente do Nascimento, profissional com 20 anos de experiência em gestão da qualidade em construções, a técnica utilizada na China, embora não amplamente aplicada em edifícios residenciais, já é explorada no Brasil, sobretudo em obras industriais, comerciais e em galpões. Nascimento aponta que, em território brasileiro, há competência técnica, materiais apropriados e mão de obra qualificada que permitem uma construção tão veloz quanto a chinesa. No entanto, afirma que a falta de estímulos financeiros e de políticas públicas de incentivo podem ser fatores que dificultam a adoção desta metodologia mais ágil.

Além do planejamento e produção das peças pré-moldadas, a técnica da construção rápida envolve uma série de operações simultâneas, que otimizam o tempo de execução das obras. Entre as atividades paralelas, estão a instalação elétrica e o acabamento das estruturas. Segundo Nascimento, o uso de maquinário pesado, especialmente guindastes, é fundamental no processo. No entanto, ele alerta para a necessidade de cautela no manuseio das estruturas, que além de grandes, são pesadas. Na opinião do profissional, o uso desta técnica, apesar de necessitar de investimento e planejamento, rende um significativo ganho de tempo, podendo revolucionar o setor da construção civil.