O Comitê de Ética da Câmara dos Estados Unidos concluiu, em relatório divulgado nesta quinta-feira (16), que o deputado George Santos (R-NY) cometeu irregularidades graves durante seu mandato.
O documento de 56 páginas aponta evidências contundentes de que Santos usou fundos de campanha para fins pessoais, fraudou doadores e entregou relatórios de financiamento de campanha e divulgação financeira falsos ou incompletos.
Por unanimidade, a comissão decidiu encaminhar suas conclusões ao Departamento de Justiça americano, dizendo que a conduta do republicano “justifica condenação pública, está abaixo da dignidade do cargo e trouxe grave descrédito à Câmara”.
Após a divulgação do relatório, Santos chamou o documento do Comitê de Ética de “tendencioso”, mas afirmou que não buscará a reeleição em 2024.
“Se houvesse um mínimo de ÉTICA no ‘Comitê de Ética’, eles não teriam divulgado este relatório tendencioso. O Comitê fez de tudo para difamar a mim e a minha equipe jurídica por eu não ser acessível (meus projetos de lei sugerem o contrário). É uma difamação politizada e repugnante que mostra até que ponto o nosso governo federal desceu. Todos os que participaram neste grave erro judiciário deveriam ter vergonha de si mesmos”, escreveu Santos no Twitter.
“Continuarei na minha missão de servir os meus eleitores até que me seja permitido. No entanto, NÃO buscarei a reeleição para um segundo mandato em 2024, pois minha família merece coisa melhor do que estar sob a mira da imprensa o tempo todo”, acrescentou.
O relatório do Comitê de Ética detalha uma série de irregularidades cometidas por Santos. Entre elas, estão:
- Uso de fundos de campanha para pagar despesas pessoais, como viagens, restaurantes e compras em lojas de luxo;
- Fraude a doadores, com a promessa de devolver doações que nunca foram devolvidas;
- Entrega de relatórios de financiamento de campanha e divulgação financeira falsos ou incompletos, com o objetivo de ocultar as irregularidades.
As conclusões do Comitê de Ética são um duro golpe para Santos, que é um dos representantes republicanos mais conservadores da Câmara. O relatório pode levar a uma ação penal contra o deputado, além de prejudicar sua credibilidade política.