Começando a investir? Confira estratégias para gerir suas finanças a curto, médio e longo prazo

Começar a investir pode parecer um desafio assustador. No entanto, a analista e planejadora financeira Luciana Seabra, sócia da Indê (casa de análise voltada para fundos de investimentos), sugere que investir em fundos é uma maneira acessível de delegar a gestão da carteira de investimentos.

Seabra propõe uma estratégia de diversificação de investimentos com base em objetivos e prazos específicos. Segundo ela, uma boa divisão para a carteira de investimentos é:

– Segurança: dinheiro de emergência que pode ser acessado imediatamente. Isso implica em investimentos que podem ser liquidados a qualquer momento, como fundos com taxa zero de Tesouro Selic, que estão acima da inflação.

– Estabilidade: investimentos com prazo mínimo de seis meses, que oferecem proteção e renda passiva. Exemplos são fundos de crédito privado pós-fixados e fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs).

– Diversificação: investimentos com prazo mínimo de três anos. Fundos multimercados e fundos de debêntures de infraestrutura são exemplos de investimentos que podem ter mais volatilidade, mas que podem rentabilizar a carteira acima da taxa do Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI).

– Valorização: investimentos com prazo mínimo de cinco anos, que têm como objetivo multiplicar o patrimônio investido. Entre os exemplos estão fundos de ações, fundos private equity ou fundos de fundos de private equity.

– Antifragilidade: investimentos que conferem resiliência à carteira e protegem o patrimônio com rentabilidade mais elevada em momentos de estresse no mercado. Investimentos em dólar e ouro, que são descorrelacionados de bolsa, renda fixa e outros ativos expressivos, são exemplos deste tipo de alocação.

– Previdência: investimentos com prazo mínimo de dez anos que têm como objetivo produzir um patrimônio que sirva como renda no futuro. Podem ser fundos de previdência privada ou outros produtos de previdência.

Seabra acredita que esse tipo de carteira pode ser criada a partir de um investimento inicial de R$ 10 mil e acredita que o primeiro passo para quem ainda não tem esse capital deve ser montar a reserva de emergência.

Quanto à escolha em quais fundos investir, a analista recomenda ter contas em várias corretoras e usar tanto uma abordagem qualitativa quanto quantitativa na análise dos fundos.

A estratégia sugerida por Seabra é baseada na filosofia do gestor americano David Swensen, que defendia uma análise fundamentalista. Seguindo essa filosofia, Seabra argumenta que a alocação estrutural deve aumentar a posição em ciclos de estresse no mercado, aproveitando momentos de desvalorização para comprar ativos a um preço mais baixo.

Fonte: Valor Investe.

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