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China pode demorar até 2040 para ultrapassar os EUA como maior economia, prevê Bloomberg

China pode demorar até 2040 para ultrapassar os EUA como maior economia, prevê Bloomberg

China vê expectativas globais reduzidas devido ao crescimento mais lento do que o esperado. Prevê-se agora que o Produto Interno Bruto do país ultrapasse o dos Estados Unidos apenas em meados da década de 2040 e por uma pequena margem. Antes da pandemia, se projetava que a China assumiria a liderança econômica global já no início da próxima década.

Essas afirmações foram feitas em uma nota publicada pela Bloomberg Economists, que apontam para o enfraquecimento da recuperação pós-Covid-19 na China, uma crise imobiliária profunda e declínio na confiança em relação à administração econômica de Pequim. A percepção é de que esses fatores se tornem obstáculos duradouros ao potencial econômico. 

Neste cenário, a segunda maior economia do mundo deve ver o seu crescimento anual desacelerar para 3,5% em 2030 e para cerca de 1% em 2050, abaixo das projeções anteriores de 4,3% e 1,6% ao ano, respectivamente. Isso se reflete em um crescimento econômico de apenas 3% no ano passado, uma das taxas de crescimentos mais baixas do país em décadas, resultante do controle da Covid-19 e da crise imobiliária.

Apesar da retomada econômica com a reabertura gradual pós-pandemia, a recuperação enfraqueceu com a queda das exportações e o aprofundamento da crise imobiliária. O setor de serviços da China, um dos mais relevantes para a economia do país, também apresentou retração por conta da redução de gastos diante do clima de pessimismo crescente.

Neste contexto, os Estados Unidos e as nações do G7 estão explorando alternativas diante dos problemas estruturais da China, buscando oportunidades que possam fortalecer o Ocidente diante de um adversário geopolítico enfraquecido, mas também de olho nos potenciais efeitos indiretos dessa desaceleração.

Além dos desafios imediatos, como a influência nos preços de commodities e ações, a China também lida com problemas de longo prazo. O país presenciou sua primeira queda populacional no ano passado desde a década de 1960, o que levanta preocupações sobre a produtividade futura.

A situação adversa na China é contrastada com uma perspectiva mais otimista para os Estados Unidos. O país norte-americano tem mostrado força em seu mercado de trabalho, gastos de consumo robustos e uma inflação moderada, o que alimenta a confiança em sua economia e reduz as chances de uma recessão. O Goldman Sachs, por exemplo, agora vê a probabilidade de uma recessão nos EUA em apenas 15%, abaixo dos 20% anteriores.