No último domingo (4), uma mulher chilena suspeita de realizar um ataque antissemita contra uma comerciante judia em Arraial d’Ajuda, no sul da Bahia, prestou depoimento à Polícia Civil. O delegado responsável, Paulo Henrique de Oliveira, coordenador da 23ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior, informou que ela foi liberada, pois não houve flagrante. A suspeita está sendo investigada pelos crimes de racismo, injúria, grave ameaça, dano qualificado e tentativa de agressão.
Imagens do incidente, divulgadas nas redes sociais, mostram a chilena Ana Maria Leiva Blanco avançando contra a lojista judia, Herta Breslauer, chamando-a de “sionista, assassina de crianças”. Em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, Ana Maria expressou arrependimento, alegando ter tido um surto.
Ao chegarem ao local do ocorrido, a Polícia Militar não encontrou mais a agressora, que se misturou aos turistas na região turística de Porto Seguro. O delegado Oliveira informou que a Polícia Civil solicitou à Justiça medidas cautelares, incluindo a proibição de contato com a vítima, restrição de saída do país e a proibição de frequentar o estabelecimento comercial da comerciante.
O juiz plantonista Armando Duarque Mesquita Junior assinou uma medida cautelar, ordenando que Ana Maria compareça à Justiça a cada dois meses ao longo de seis meses. As informações do depoimento permanecem confidenciais devido às investigações em curso.
Herta Breslauer relatou à polícia que conhecia a agressora, uma amiga de infância de seu filho. Desde o início do conflito entre Israel e o Hamas, Ana Maria publicava mensagens contrárias a Israel, acusando-o de ser assassino, o que levou a comerciante a bloqueá-la nas redes sociais. Ana Maria teria ido até a loja na sexta-feira para confrontá-la. O caso continua sob análise das autoridades.