Uma publicação do portal Terra Brasil Notícias, veiculada com data fictícia de novembro de 2025, alega que uma sabatina para o Advogado-Geral da União (AGU), Jorge Messias, teria sido agendada no Senado para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). A análise dos fatos, no entanto, revela que a informação é improcedente e se baseia em premissas incorretas.
O que diz a publicação original
Segundo o texto analisado, uma suposta decisão do senador Davi Alcolumbre (União-AP) teria marcado a sabatina de Messias para 10 de dezembro de 2025, criando um cenário político adverso para o indicado. A matéria discorre sobre os desafios que Messias enfrentaria, como o curto prazo para articulação, a resistência no Senado e a pressão da oposição, comparando seu caso com as nomeações anteriores de Cristiano Zanin e Flávio Dino.
Fatos: Inexistência de vaga e indicação oficial
Atualmente, não há nenhuma vaga em aberto no Supremo Tribunal Federal. A cadeira mais recente, decorrente da aposentadoria da ministra Rosa Weber, foi preenchida pelo ministro Flávio Dino, que tomou posse em fevereiro de 2024. Conforme o cronograma de aposentadorias compulsórias da Corte, a próxima vaga surgirá apenas em 2028, com a saída do ministro Luiz Fux, como informa o portal G1. Além disso, não há registro de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha formalizado a indicação de Jorge Messias para o STF.
Cargos e ritos institucionais
A publicação original também comete um equívoco ao se referir a Davi Alcolumbre como “presidente do Senado”. O cargo é atualmente ocupado por Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Alcolumbre preside a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), órgão responsável por realizar a sabatina dos indicados ao STF, conforme a estrutura organizacional do Senado Federal. O rito de nomeação exige, primeiramente, a indicação oficial pelo Presidente da República, seguida pela sabatina na CCJ e, por fim, a votação no plenário do Senado, que necessita de maioria absoluta dos votos (41 senadores) para a aprovação.
Diante dos fatos, a narrativa sobre a sabatina de Jorge Messias em 2025 carece de fundamento, não se alinhando à realidade política e institucional do país.