O CEO da Volkswagen, Ciro Possobom, protagonizou a inauguração de uma solenidade nesta quinta-feira (4), onde o setor automotivo apresentou os resultados do primeiro semestre de 2024. Durante seu discurso, Possobom dedicou parte de sua participação para criticar veementemente a proposta de aplicação do chamado “imposto do pecado” sobre carros no Brasil, alegando potenciais distorções e impactos negativos para a indústria e os consumidores.
O Imposto Seletivo (IS), que está em discussão às vésperas da votação da reforma tributária, é visto pelo executivo como uma medida que poderia encarecer significativamente os veículos no mercado nacional. Para Possobom, isso dificultaria o acesso da classe média aos carros novos, retardando assim a renovação da frota e perpetuando veículos mais antigos, que são mais poluentes e menos seguros. Dados do setor indicam que carros dos anos 2000 poluem até 20 vezes mais que os modelos atuais.
Além dos impactos econômicos e ambientais, o CEO da Volkswagen argumentou que a incidência do IS poderia também barrar a adoção de veículos híbridos e representar uma barreira ao avanço das novas tecnologias brasileiras em biocombustíveis. Ele comparou os potenciais impostos sobre vendas de veículos no Brasil com os de países como Estados Unidos, China e Europa, destacando a disparidade que a medida poderia causar.
A proposta de taxação de veículos a combustão, híbridos e elétricos, apresentada pelo relatório do G7, grupo de deputados responsáveis pela regulamentação da reforma, foi um ponto de tensão entre as montadoras e o governo federal. A defesa da possibilidade de aplicação do imposto pelo governo marcou o fim de uma “lua de mel” anterior com as montadoras, segundo reportagem da CNN.
Em resposta às críticas, o secretário de desenvolvimento industrial, Uallace Moreira, defendeu que a implementação do Imposto Seletivo não aumentará a carga tributária sobre os veículos. Ele explicou que as alíquotas do IPI Verde serão transferidas para o novo imposto, criado pelo programa automotivo Mover, que visa recompensar e penalizar veículos com base nas emissões de carbono. Essa medida, segundo ele, refletirá as diretrizes de descarbonização estabelecidas pelo IPI Verde.
Durante o evento, Ciro Possobom também defendeu a produção nacional de veículos e solicitou o retorno de alíquotas de imposto sobre importação. Ele destacou a importância de incentivos como os do programa Mover para fortalecer a indústria automotiva brasileira, uma posição compartilhada pelo presidente da fabricante de caminhões Iveco, Márcio Quericheli, que participou remotamente da coletiva.
Com informações da Anfavea e supervisão editorial de (Fonte 1).