Carlo Ancelotti foi oficialmente anunciado como o novo treinador da seleção brasileira e se tornará o técnico mais bem remunerado do país, com salário de R$ 5 milhões mensais, além de uma série de benefícios oferecidos pela CBF. A contratação marca uma tentativa de retomar a tradição do futebol brasileiro com influência europeia, por meio da experiência do comandante italiano.
A remuneração de Ancelotti supera a do atual técnico mais bem pago no Brasil, Abel Ferreira, do Palmeiras, que recebe R$ 3 milhões por mês. O pacote oferecido pela Confederação Brasileira de Futebol inclui, além do salário, um bônus de 5 milhões de euros caso o Brasil vença a Copa do Mundo de 2026, casa de luxo no Rio de Janeiro, carro blindado, seguro de vida, segurança particular, plano de saúde internacional e um jato para uso eventual entre Brasil e Europa.
A contratação de Ancelotti foi tema de uma conversa entre o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, e o apresentador Galvão Bueno, durante a Copa do Mundo de 2022. Galvão relatou que sugeriu o nome do italiano antes do jogo contra a Coreia do Sul e recomendou que o técnico fosse convencido pelo ex-jogador Falcão, e não por questões financeiras. Apesar do desacordo entre Galvão e Ednaldo sobre o envolvimento de Falcão, a sugestão contribuiu para o avanço das negociações com Ancelotti.
A decisão da CBF ocorre em um contexto em que o improviso, antes marca registrada do futebol brasileiro, já não é mais suficiente. A aposta é de que o técnico, que acumula títulos nas cinco principais ligas nacionais da Europa, ajude a reorganizar o talento nacional com disciplina e tática.
Ancelotti tem um currículo de destaque: venceu o Campeonato Italiano com o Milan (2003–04), a Premier League com o Chelsea (2009–10), a Ligue 1 com o Paris Saint-Germain (2012–13), a Bundesliga com o Bayern de Munique (2016–17) e a La Liga com o Real Madrid (2021–22 e 2023–24). Além disso, conquistou cinco títulos da Champions League: dois com o Milan e três com o Real Madrid.
A iniciativa de buscar um treinador estrangeiro para comandar diretamente a seleção brasileira remete a momentos anteriores da história do futebol nacional, quando influências externas moldaram equipes vitoriosas. Desta vez, a expectativa é de que essa experiência contribua com uma nova fase de organização e estratégia no futebol brasileiro.