Brics anuncia inclusão de seis novas nações, ampliando a influência chinesa

BRICS, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, divulgou na quinta-feira (24) a adição de seis novos países ao bloco a partir de 2023. Os novos membros incluem Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã. Esta expansão chega na esteira do crescente poder de Xi Jinping, líder da China, e do gradual declínio do Brasil no palco dos BRICS.

O economista Jim O’Neill, que cunhou o termo BRICS, expressou dúvidas quanto aos objetivos do bloco com a inclusão dos novos países. Em uma entrevista à BBC News Brasil, O’Neill questionou: “Sigo sem saber o que o Brics pretende além de um simbolismo poderoso.” Especialistas consultados pela Gazeta do Povo sugerem que a adesão dessa nova leva de países pode ser devido ao fato de não estarem alinhados com as ideologias do Ocidente e não representarem uma ameaça à crescente influência da China.

Tito Sá, consultor de comércio internacional da BMJ Consultores Associados, observa que a 15ª Cúpula dos BRICS reflete a China assumindo uma posição de líder firme. Reflectindo sobre a expansão do bloco, Sá mencionou o receio do Brasil de perder sua influência, mas apontou que essa perda é quase inevitável. Ele considera a China como a grande vencedora neste processo de expansão, pois expande seu alcance sem correr o risco de perder seu protagonismo no bloco.