O governo brasileiro manifestou, nesta quarta-feira (21), forte condenação à nova ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza. Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores expressou preocupação com a intensificação dos bombardeios aéreos e operações terrestres que resultaram na morte de mais de 300 palestinos, incluindo mulheres e crianças, além do deslocamento de aproximadamente 60 mil pessoas.
Críticas à declaração de Netanyahu
O Itamaraty também criticou a declaração do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sobre assumir o controle total da Faixa de Gaza. Segundo o comunicado, qualquer pretensão de exercer autoridade permanente em território ocupado é incompatível com as normas do direito internacional. O governo brasileiro reafirmou que a única solução legítima e duradoura para o conflito reside na implementação definitiva da solução de dois Estados.
Preocupação com crise humanitária
A nota destacou ainda a preocupação com o risco iminente de fome generalizada na Faixa de Gaza, agravada pelo bloqueio à entrada de ajuda humanitária. O Itamaraty ressaltou que o uso da fome como método constitui crime de guerra e apelou para que Israel permita o acesso imediato e desimpedido de assistência humanitária ao território. O governo brasileiro também reiterou o apelo pelo fim das hostilidades, retirada completa das forças israelenses de Gaza e libertação dos reféns mantidos pelo Hamas.
Repatriação de brasileiros
Em meio à escalada do conflito, o governo brasileiro realizou uma operação de repatriação de 12 brasileiros e parentes palestinos da Faixa de Gaza. A ação foi coordenada pelo Itamaraty e contou com apoio logístico para garantir a segurança dos evacuados. Desde outubro de 2023, o Brasil já retirou 127 brasileiros e familiares diretos da região.
Contexto internacional
A ofensiva israelense ocorre em um momento de crescente pressão internacional por um cessar-fogo e pela retomada das negociações de paz. Diversos países e organizações têm manifestado preocupação com a escalada da violência e o agravamento da crise humanitária na região.