O Benefício de Prestação Continuada (BPC) superou o Bolsa Família em volume de recursos pagos em 1.167 municípios brasileiros, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento Social. O crescimento acelerado do programa, operado pelo INSS, é resultado de mudanças legais e administrativas iniciadas em 2022.
Entre março de 2022 e 2025, o número de beneficiários do BPC aumentou 33%, atingindo 6,2 milhões de pessoas. O avanço elevou o impacto orçamentário do benefício, que hoje paga um salário-mínimo mensal por pessoa — o dobro do valor médio repassado pelo Bolsa Família.
Capitais como Curitiba, Recife e Goiânia estão entre as cidades onde o BPC já representa maior volume financeiro que o Bolsa Família. Também figuram na lista pequenos municípios como Itororó (BA) e Agronômica (SC).
Criado em 1993, o BPC atende idosos com 65 anos ou mais e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade. A recente ampliação do programa está ligada a fatores como flexibilização de regras, inclusão de novos diagnósticos, como o Transtorno do Espectro Autista, e judicialização de pedidos.
O Tribunal de Contas da União aponta seis razões principais para o aumento expressivo de concessões, entre elas a reforma da Previdência, o crescimento real do salário-mínimo e a redução na fila do INSS. Em 2025, o governo federal reservou R$ 112 bilhões para o BPC, frente aos R$ 158,6 bilhões destinados ao Bolsa Família.