A tese levantada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que questiona a competência do Supremo Tribunal Federal (STF) no caso das joias, tem sido sendo vista pela oposição como uma estratégia política inteligente, apesar do consenso de uma derrota eminente perante a Corte. A análise foi conduzida por assessores do presidente Lula, além de juristas associados ao Partido dos Trabalhadores (PT), além de ministros e ex-ministros de várias cortes superiores, segundo a CNN.
Ainda que afinados com a postura de Lula, diversos juristas de caráter garantista concordam com a argumentação de Bolsonaro. Afirmam que o caso das joias, que envolve o ex-presidente, não deveria permanecer sob a jurisdição do ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo inquérito das fake news no STF. O argumento central usado para validar a tese de Bolsonaro é que o crime de peculato pelo qual é acusado nesse processo específico não tem ligação direta com outros crimes sendo investigados no âmbito do inquérito.
No entanto, políticamente falando, a estratégia de Bolsonaro foi considerada acertada. Ao contestar a competência do STF, Bolsonaro justifica a sua ausência perante quaisquer futuros convites para prestar depoimento, evitando o ônus político que tal decisão geralmente carrega. Contudo, interlocutores próximos de Bolsonaro classificaram como “patética” a tentativa da Polícia Federal de realizar depoimentos simultâneos entre Bolsonaro, sua esposa Michelle e mais seis alvos da investigação.