O ex-presidente Jair Bolsonaro foi oficialmente indiciado pela Polícia Federal em dois dos três inquéritos em que é alvo, gerando novas repercussões no cenário político nacional. Um dos inquéritos investiga um suposto plano golpista envolvendo ex-ministros e chefes do Exército, que teria sido articulado para manter Bolsonaro no poder após sua derrota nas urnas para Luiz Inácio Lula da Silva em 2022.
Segundo relatos à PF, o ex-presidente teria discutido a possibilidade de utilizar instrumentos como estado de defesa e estado de sítio para evitar a posse de seu sucessor eleito democraticamente. Bolsonaro nega veementemente as acusações.
Além disso, Bolsonaro também foi indiciado por associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos relacionados à venda de joias da Arábia Saudita, presenteadas ao governo brasileiro e posteriormente negociadas nos Estados Unidos. Sua defesa afirmou não ter acesso ao inquérito até o momento.
O ex-presidente já enfrentava outro indiciamento desde março deste ano, junto a seu ex-ajudante de ordens, por suposta participação em um esquema de fraude no cartão de vacinação contra Covid-19. A investigação aponta que registros falsificados foram incluídos no sistema do Ministério da Saúde, beneficiando Bolsonaro. Novas operações da PF continuam a apurar o caso, sem encaminhamento ao STF até o momento.
Com o avanço das investigações, o próximo passo será o envio dos inquéritos ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal, aguardando manifestação da Procuradoria-Geral da República. As acusações contra Bolsonaro têm gerado intensos debates políticos e jurídicos, refletindo um momento crítico na história política brasileira.
*Com informações de Elijonas Maia, Débora Bergamasco, Jussara Soares e Gabriela Prado, da CNN