Um levantamento feito pela ONG Carbon Plan, da Califórnia, e o jornal americano The Washington Post revela que Belém, no Pará, terá 222 dias de calor perigosamente alto por ano por volta de 2050, devido ao aquecimento global. Atualmente, a cidade enfrenta cerca de 50 dias de calor elevado, o que representa um aumento de 344% em três décadas.
Segundo o estudo, Belém apresenta a maior taxa de crescimento de dias de calor insalubre entre todas as grandes cidades do mundo. Pekambaru, na Indonésia, deve experimentar 344 dias de calor nocivo por ano em 2050, configurando a pior condição climática do planeta. Nos Estados Unidos, Phoenix, no Arizona, liderará a escalada nos termômetros, com expectativa de apresentar um terço do ano com temperaturas acima dos 40 graus Celsius.
Até 2050, estima-se que cinco bilhões de pessoas estarão expostas a pelo menos um mês de temperaturas potencialmente perigosas e mortais por ano. Esse número é significativamente maior do que no início dos anos 2000, quando cerca de dois bilhões de pessoas estavam sujeitas a esse tipo de calor insalubre.
O limite suportado pelo corpo humano, segundo cientistas, é determinado pelo sistema de bulbo úmido, que combina temperatura, umidade relativa do ar, exposição ao sol e vento. O limite estabelecido nessa métrica é de 32 graus Celsius, o que equivale a uma sensação térmica de 48 graus Celsius na pele. Com essa temperatura, atividades ao ar livre por mais de 15 minutos podem causar superaquecimento no organismo.
O aumento das temperaturas deve ampliar as mortes entre grupos mais vulneráveis, como idosos e crianças. Somente na União Europeia, ao menos 60 mil mortes foram atribuídas à onda de calor registrada em 2022. Globalmente, o calor extremo ceifa aproximadamente meio milhão de vidas anualmente, segundo um estudo publicado pela Lancet Planetary Health, em 2021. Entre os problemas de saúde exacerbados pelo calor extremo estão ataques cardíacos, derrames e doenças renais.