O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), reforçou nesta quarta-feira (30) sua defesa em favor da reforma administrativa, enfatizando a necessidade de envolvimento do governo no assunto. Lira recebeu um manifesto assinado por 23 frentes parlamentares que apoiam a reforma administrativa e destacou que é imprescindível alcançar um consenso sobre os princípios norteadores para avançar com a votação.
A reforma administrativa, que propõe alterações nas carreiras dos servidores públicos, tem sido uma bandeira constante de Lira e baseia-se num projeto elaborado durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), que, entretanto, não conseguiu avançar de forma satisfatória na Câmara. Lira frisa que a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) pode evoluir conforme as negociações políticas e que os atuais servidores públicos não serão atingidos pelas mudanças. Questionado sobre a criação de um grupo de trabalho para rediscutir o projeto, o presidente da Câmara mencionou que isso depende do apoio do governo e do desvendar das diferentes versões sobre a proposta.
A discussão sobre a reforma administrativa tem gerado controvérsias e, embora o manifesto recebido por Lira endosse que a redução do Estado resulta em um ambiente mais propício para investimentos e criação de empregos, o Partido dos Trabalhadores (PT) tem manifestado resistência. Na visão do PT, a proposta de reforma precariza o serviço público. Reflexo desse contraste é a posição do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que afirmou em sua declaração no primeiro semestre que seria uma grande ilusão imaginar que a reforma administrativa teria um significativo efeito de redução das despesas públicas no curto prazo.