A modelo e influenciadora Ana Paula Minerato foi indiciada por racismo pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) da Polícia Civil do Rio de Janeiro. O inquérito foi instaurado após a cantora Ananda, integrante do grupo Melanina Carioca, registrar um boletim de ocorrência alegando ter sido alvo de ofensas com teor racista. A delegada Rita Salim, titular da Decradi, concluiu que as declarações de Ana Paula reforçam estereótipos racistas. A modelo foi indiciada com base na Lei 7.716/89, que trata de crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, e prevê pena de 2 a 5 anos de reclusão. O caso foi encaminhado ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), que decidirá se apresentará denúncia formal à Justiça.
Repercussão e consequências
O caso ganhou repercussão após a divulgação de áudios em que Minerato teria feito ofensas racistas direcionadas à cantora Ananda, na ocasião, atual namorada de seu ex-companheiro, o rapper KT Gomez. A repercussão levou à sua demissão da emissora Band FM, onde comandava um programa de rádio, e à sua saída da escola de samba Gaviões da Fiel, com a qual mantinha uma longa parceria. Em nota, a Gaviões justificou a decisão: “A decisão foi tomada após a divulgação de condutas incompatíveis com os valores e princípios que defendemos, incluindo manifestações de cunho racista”. A Band, por sua vez, declarou que “as declarações de Ana Paula Minerato, mesmo sendo de cunho pessoal, não estão alinhadas com os valores e diretrizes da emissora”.
Defesa e posicionamento
Após a abertura de um procedimento investigativo pela Secretaria de Justiça e Cidadania de São Paulo, Minerato gravou um vídeo em que confirmou a veracidade dos áudios e pediu desculpas. Em lágrimas, disse: “Quero pedir desculpa para todo mundo que se sentiu ofendido, porque realmente foi uma ofensa a uma pessoa que eu nem conheço”. A influenciadora também acusou o ex-namorado de ter vazado os áudios com a intenção de prejudicá-la. Em depoimento à Decradi, Ana Paula não negou a autoria do áudio, mas defendeu sua postura afirmando que as falas haviam sido tiradas de contexto.
Próximos passos
O caso segue agora sob análise do MPRJ, que definirá os próximos passos jurídicos contra a modelo. A decisão do Ministério Público será determinante para o andamento do processo e possíveis desdobramentos judiciais.