Ana Moser responsabiliza a direita e a sociedade por sua demissão do Ministério do Esporte

Ana Moser, ex-Ministra do Esporte do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, expressou a sua insatisfação com a direita e sociedade brasileira após a sua demissão do governo federal na última quarta-feira (6). André Fufuca, deputado federal do PP-MA, substituiu Moser na chefia da pasta, numa tentativa de negociação com o centrão pelo Palácio do Planalto.

A ex-ministra que é também uma ex-atleta profissional, considera que a misoginia presente na sociedade brasileira contribuiu para a demissão não só dela, mas de muitas outras mulheres que integravam o governo Lula. “Todas as mulheres sofrem isso nessa gestão desde o início, especialmente da direita”, afirmou Moser em entrevista ao UOL News, na sexta-feira (8). “Existe essa estratégia de atacar e diminuir a credibilidade e a capacidade das mulheres.”

Ana Moser salientou que entende a necessidade de Lula minimizar a participação feminina em seu governo, afirmando que “não são decisões fáceis para o presidente. É uma busca, é a arte da política de buscar o equilíbrio e de maneiras de avançar”. A ex-ministra também se mostrou solidária com a primeira-dama Janja da Silva que, segundo ela, tem sido alvo de ataques nas redes sociais.

O presidente Lula, no esforço de buscar apoio político no Congresso, formou uma reforma ministerial com partidos do centrão como PP e Republicanos. Além de Fufuca, também foi incluído o deputado federal Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) como novo ministro de Portos e Aeroportos, substituindo Márcio França (PSB).

A gestão da Caixa Econômica Federal passou para o partido do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), enquanto o partido Republicanos negocia agora a gestão da Fundação Nacional da Saúde (Funasa) com o governo.

Estas reestruturações fazem parte da estratégia do Palácio do Planalto de obtenção de apoio político no Congresso, na qual a ex-ministra Moser acabou por ser uma das baixas.