Aliança entre o Ministro do Supremo e o presidente do Senado visa conduzir candidatos à sucessão da Procuradoria-Geral da República (PGR) e aos cargos vagos do Superior Tribunal de Justiça (STJ), na mais recente movimentação política que une os dois poderes na busca pela pragmática da governabilidade.
O Ministro Alexandre de Moraes encontra respaldo para a indicação de Paulo Gonet, vice-procurador-geral eleitoral, ao comando da PGR junto à figura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Em contrapartida, Moraes apoia a indicação de Afrânio Vilela, desembargador mineiro, para as vagas disponíveis no STJ.
Esse entendimento aberto é de suma importância, visto que qualquer nome escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva precisará passar por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado e obter a aprovação de, no mínimo, 41 senadores. Assim, a influência de Pacheco na Casa é fundamental para uma transição tranquila.
As movimentações em torno dessas indicações ocorrem em meio a uma série de ocasiões propícias para a reconfiguração do alto escalão. Com duas vagas abertas no STJ, o fim do mandato do atual Procurador-Geral da República, Augusto Aras, em setembro, e a aposentadoria da Ministra Rosa Weber, presidente do STF, também prevista para este mês, ações concretas estão sendo tomadas para conseguir apoio aos escolhidos.
Porém, nem todas as indicações anteriores tiveram sucesso. Moraes, por exemplo, não conseguiu apoio suficiente para melhor posicionar seu anterior candidato, o desembargador paulista Airton Vieira, ao STJ.
Agora, com o cenário atual de alianças, a tendência é que Afrânio Vilela se torne favorito para uma das vagas do STJ. Carlos von Adamek, do Tribunal de Justiça de São Paulo, e Teodoro Santos, do TJ cearense, também estão no páreo pelas vagas restantes, mas enfrentam resistências por suas posições e decisões recentes.
Esses arranjos e negociações demonstram a dinâmica política intensa por trás das nomeações para cargos cruciais no sistema judiciário brasileiro, na qual os equilíbrios de poder e as preferências políticas e partidárias desempenham um papel central.