O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, assumiu total responsabilidade pela venda de joias que veio à tona recentemente, de acordo com seu advogado Cezar Bitencourt. Em declarações a jornalistas na sexta-feira, Bitencourt categoricamente negou qualquer envolvimento de Bolsonaro, o ex-presidente, na questão. Ele firmou enfaticamente que Cid não fez qualquer acusação de corrupção contra Bolsonaro neste episódio.
Bitencourt, cuja estratégia de defesa para Cid tem sido objeto de debate, forneceu algum esclarecimento quanto ao longo depoimento dado pelo tenente-coronel à Polícia Federal. Ele lamentou o fato de que houve tentativas de ligar Bolsonaro a este caso, apesar da clara admissão de responsabilidade por parte de Mauro Cid. “Estão colocando palavras que não têm no Cid. Acusações ao Bolsonaro que não existem”, lamentou Bitencourt, frisando que Cid “assumiu tudo” e não implicou Bolsonaro de alguma forma.
A defesa de Cid ainda se absteve de divulgar a totalidade do depoimento formal ou outros detalhes relacionados ao caso. No entanto, Bitencourt informou à imprensa que a função de Cid no governo de Bolsonaro era gerenciar seus vencimentos e aposentadoria, totalizando cerca de R$ 70 mil, com os quais ele pagava contas para Bolsonaro. De acordo com ele, os pagamentos foram feitos em dinheiro vivo, conforme a preferência do ex-presidente. A Polícia Federal, até o momento, apenas confirmou que Cid tem colaborado com as investigações.