Após duas semanas do assassinato da líder quilombola Mãe Bernadete na Bahia, o advogado que representa a família, David Mendez, submeteu um pedido ao governo federal para sua inclusão no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH). Mendez apresentou a solicitação após encontrar marcas de sangue de origem animal em frente à sua casa – uma suposta retaliação pela defesa dos direitos da família de Mãe Bernadete. Ele afirma que tem sido alvo de ameaças e perseguições constantes.
O programa de proteção governamental, comandado pelo Ministério dos Direitos Humanos, sugeriu inicialmente a mudança de identidade dos membros da família de Mãe Bernadete como medida de proteção contra novos atos criminosos. No entanto, a defesa recusou tal proposta, arquivando-a como uma medida drástica que resultaria na desestruturação dos laços comunitários, consequentemente servindo aos interesses do grupo criminoso buscando desmobilizar a comunidade quilombola.
A situação se agrava com a repercussão financeira da perda da líder quilombola, que segundo o advogado Leandro Silva, representava uma fonte importante de renda para a família. Diante das dificuldades econômicas, a família solicita a inclusão em programas sociais do governo. Ademais, espera-se um encontro entre os familiares e o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, para discutir estas e outras medidas para a proteção da família e da comunidade. Por sua vez, o governo baianoit garante que as análises de segurança e apoio à família estão em andamento, porém de modo discreto para preservar a segurança centralizada dos envolvidos.