Na tentativa de proteger o bem-estar dos gorilas, o Zoológico de Toronto, no Canadá, vem pedindo aos seus visitantes para não mais exibirem fotos e vídeos em seus celulares para os animais. O pedido, que foi comunicado através de uma placa, objetiva prevenir que certos conteúdos que possam “perturbar” a saúde mental dos gorilas sejam mostrados. Especialistas do zoológico também mostraram preocupação com o potencial impacto negativo desta prática na forma como os gorilas se comportam e em seus relacionamentos interpessoais.
A placa com o aviso tornou-se viral, despertando discussões sobre as semelhanças genéticas que partilhamos com os gorilas. Segundo muitos pesquisadores, essas semelhanças genéticas podem incluir uma propensão a achar telas de celulares interessantes, uma característica comummente associada aos seres humanos.
À medida que a notícia do anúncio do zoológico foi ganhando popularidade, surgiram os primeiros sinais de que o comportamento dos gorilas estava mudando para melhor. Segundo informações do zoológico, um adolescente gorila de 14 anos chamado Nassir, conhecido por ser intrinsecamente atraído por telas, mostrou uma melhora notável.
Segundo Dolf DeJong, o executivo-chefe do Zoológico, “achamos que estamos confiantes ao afirmar que estamos vendo Nassir engajado em suas atividades normais de gorila, com Sadiki e o habitat.” Essas atividades normais incluem interações mais saudáveis e naturais com seus pares gorilas e com o ambiente ao seu redor.
DeJong também revelou que apesar da placa ter se tornado viral apenas recentemente, ela foi colocada perto da área dos primatas do zoológico há vários anos. Segundo ele, o aviso só começou a ter efeito prático após ganhar fama pela sua viralização.
No entanto, é importante notar que mesmo com a proibição de mostrar celulares aos gorilas, os primatas do zoológico ainda têm algum tempo de ‘exposição às telas’. O zoológico permite que os gorilas assistam televisão duas a três vezes por semana, uma hora por vez. “Queremos apenas ter certeza de que conhecemos o conteúdo”, diz DeJong, salientando que os gorilas têm uma predileção por documentários sobre animais, ainda mais quando os mesmos são sobre gorilas.
Este curioso desenvolvimento nos lembra da necessidade de respeitar e entender as necessidades dos animais em cativeiro e do impacto que nosso comportamento pode ter sobre eles. Mesmo que nossas intenções possam ser boas, como o desejo de interagir e compartilhar nossa tecnologia com eles, temos que lembrar que essas ações podem ter consequências siquicas e comportamentais imprevistas. Conseguindo assim proteger e manter a saúde mental dos animais sob nossos cuidados.