Uma carta de 1942 encontrada nos Arquivos do Vaticano revela que o Papa Pio 12 tinha conhecimento da existência de campos de concentração e do extermínio de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. O documento inédito foi localizado pelo arquivista Giovanni Coco e publicado pelo jornal italiano “Il Corriere della Sera”. A mensagem, enviada pelo jesuíta alemão antinazista Lothar Konig ao secretário particular do papa, descreve as atrocidades cometidas no campo de concentração de Bełzec, na Polônia ocupada pelos nazistas, e menciona o “campo de Auschwitz”.
Apesar das evidências, a Igreja nunca condenou explicitamente o Terceiro Reich e seu regime, nem Pio 12 identificou os judeus como vítimas do extermínio em curso, o que levanta questões sobre a omissão da Igreja em relação aos crimes nazistas. Alguns historiadores argumentam que a posição da Igreja era delicada, devido ao compromisso com a “imparcialidade” em relação aos conflitos e ao medo de represálias nazistas contra cristãos poloneses. Porém, o silêncio de Pio 12 tornou seu próprio processo de beatificação, iniciado em 1967, altamente controverso dentro da própria Igreja Católica.