Uma triste notícia trouxe ainda mais sofrimento para uma família de Muçum, interior do Rio Grande do Sul: após um erro de identificação, a família enterrou o corpo de outra pessoa acreditando ser um familiar desaparecido. O parente em questão ainda não foi encontrado e o corpo sepultado pertence a alguém de outra família da cidade. A falha ocorreu durante o processo de identificação das vítimas no Instituto-Geral de Perícias (IGP) em Porto Alegre.
Os nomes dos envolvidos não foram divulgados, e o IGP iniciou uma sindicância para apurar o caso. De acordo com o boletim divulgado pelo governo estadual nesta sexta-feira (15), já são 47 mortes e nove pessoas desaparecidas no estado.
O corpo que foi erroneamente identificado é de uma das 16 vítimas do ciclone que atingiu a cidade de Muçum. A maioria foi resgatada em enchentes, no meio de lamaçal ou sob escombros de casas desabadas. Outras quatro pessoas ainda estão desaparecidas.
O IGP afirmou que o erro ocorreu devido à dificuldade de se obter as digitais do corpo, que chegou às instalações do instituto em condições precárias por permanecer tanto tempo na água. O reconhecimento foi feito por um parente e, assim, a vítima foi liberada para sepultamento, realizado no dia 9.
Dois dias depois, o instituto identificou falhas no procedimento e providenciou a exumação do corpo. Um exame de DNA confirmou o erro na identificação. O IGP lamentou o ocorrido e está à disposição para esclarecer o que chamou de “grave inconsistência”.