Em um período de dez anos, o número de trabalhadores sindicalizados no Brasil diminuiu em 5,275 milhões de pessoas, com uma queda de 12,7% registrada apenas nos últimos três anos. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e mostram que a reforma trabalhista de 2017, que eliminou a obrigatoriedade da contribuição sindical, contribuiu para esse cenário de enxugamento dos sindicatos.
Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, afirma que, além da queda nas contribuições sindicais, a reforma trabalhista trouxe maior flexibilidade nos contratos de trabalho, o que significa menor participação coletiva dos trabalhadores.
O estudo aponta que a sindicalização atingia apenas 9,2% dos ocupados em 2022, o menor patamar da série histórica iniciada em 2012, quando era de 16,1%. A pesquisa também revela que, nos últimos dez anos, a taxa de sindicalização caiu em todas as regiões e grupamentos de atividades econômicas, com exceção dos serviços domésticos. Os trabalhadores mais escolarizados ainda são os mais sindicalizados, porém há uma tendência de queda no grupo com ensino superior completo.