O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está adiando uma cirurgia no quadril para tratar fortes dores, a fim de seguir sua agenda diplomática, focada em unir forças de países em desenvolvimento e equilibrar o diálogo com nações ricas. Lula embarcará para Cuba para participar da cúpula do G77+China, bloco que reúne países do Sul Global, e após, seguirá para a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York.
O protagonismo do Brasil em diversos foros multilaterais, como a presidência do G20 e a futura presidência do Brics, deve contribuir para avançar agendas prioritárias para a diplomacia brasileira, como a transição energética, o combate à fome e uma nova governança mundial. Composto por 134 países membros, o G77+China foi criado em 1964 e tem como objetivo aumentar o poder de influência das nações em desenvolvimento no debate global.
Durante a cúpula em Cuba, Lula buscará apoio para reformas na governança da ONU, especialmente no Conselho de Segurança. O petista tem afirmado que o atual modelo diplomático é anacrônico e reflete uma geopolítica dos anos 1960. Lula também tem se esforçado para incluir o Brasil em blocos políticos maiores com objetivos semelhantes, como a Cúpula da Amazônia e a ampliação do bloco dos Brics.
Na reunião do G77, deverão ser discutidas ideias como a possibilidade de fazer comércio exterior sem o dólar e cobranças por financiamento das nações ricas para a transição para uma economia mais verde nos países em desenvolvimento. Embora não se espere uma profunda reforma da ONU no curto prazo, Lula indica que dedicará bastante atenção a essa luta ao longo de seu mandato.