A varejista de moda Riachuelo enfrentou uma tempestade de críticas nas redes sociais após o lançamento de um conjunto de roupas com listras brancas e azuis, que para muitos remetiam aos uniformes dos campos de concentração nazistas da 2ª Guerra Mundial. As peças, que incluíam uma camisa e uma calça, foram comparadas por usuários da internet às vestimentas que eram forçadas aos judeus durante o período.
Uma das vozes de descontentamento que se destacaram nas redes foi a de Maria Eugênya, especialista em cultura material e consumo, semiótica psicanalítica da Universidade de São Paulo (USP). Em uma postagem no Twitter, ela alertou sobre a importância de conhecer a história e não priorizar o uso estético acima da crítica ou da memória histórica, mencionando o caso como um exemplo de “puro cinismo”.
Em resposta à polêmica, a Riachuelo emitiu um comunicado assegurando que a semelhança não foi intencional e que não buscava ofender ninguém com as peças. A empresa confirmou que já está retirando as roupas do mercado.
O holocausto, durante o qual mais de seis milhões de pessoas foram mortas – a maioria judeus, mas também incluindo ciganos, homossexuais, Testemunhas de Jeová, deficientes físicos e mentais, opositores políticos – é considerado o maior crime da história da humanidade.
Com a controvérsia na mente, a Riachuelo reiterou seu compromisso com o respeito a todas as pessoas e negou qualquer intenção de referência a um período histórico tão doloroso. Em sua nota à imprensa, a empresa descreveu a escolha do design das peças e da paleta de cores como uma “infelicidade” e agradeceu aos consumidores pelo alerta. A varejista também pediu desculpas às pessoas que se sentiram ofendidas pela semelhança percebida entre as peças e os uniformes nazistas.