Apesar de um histórico notável na luta por direitos humanos e na defesa de minorias, o ex-deputado federal Jean Wyllys virou alvo de ataques da militância petista após tecer críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O turbilhão digital que se formou em resposta às suas críticas evidencia um comportamento cada vez mais polarizado e intolerante nas redes sociais, segundo apontam especialistas.
Jean Wyllys emitiu a crítica em questão durante uma publicação no X (antigo Twitter), onde expressa sua espanto perante a atitude agressiva de certos seguidores do governante petista. “Descobri algo tão ruim quanto o antipetismo da direita e da extrema-direita na mídia neoliberal e no X (ex-Twitter): o hater-gado-petista que não aceita qualquer crítica ou revelação de fato ruim em relação a membros do governo Lula ou ao próprio Lula”, relatou o ex-deputado.
Wyllys, uma figura célebre no universo político brasileiro por suas posições firmes e pela defesa de minorias, inclusive a comunidade LGBTQI+, não é a primeira personalidade a sofrer represálias devido à expressão de opiniões contrárias às da militância petista.
O cenário digital tem se mostrado uma plataforma volátil, onde uma chuva de ofensas e críticas virulentas pode ser desencadeada com um simples clique. Diversos políticos, celebridades e influenciadores de esquerda perceberam isso na pele ao criticarem o governo de Lula da Silva, experienciando uma reação semelhante ao comportamento observado entre os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em um contexto de repressão à liberdade de expressão e intolerância à divergência de opiniões, fica o questionamento: até onde a hostilidade e a polarização vão moldar – e talvez distorcer – o discurso político nas redes sociais? A agressividade no debate interpõe barreiras à compreensão mútua e à democracia saudável, que se fundamenta na troca de ideias e na tolerância.
Comportamento de despeito e agressão não deveria estar presente em nenhuma parcela da sociedade, e muito menos na esfera da política, onde decisões cruciais acerca do futuro da nação são tomadas. As críticas devem ser recebidas com a necessária ponderação, e não com retaliações infundadas que apenas fomentam a insidiosa separação ideológica que já permeia a sociedade brasileira.
Dessa maneira, fica evidente a necessidade de um diálogo civilizado, tolerante e receptivo a críticas e opiniões dissonantes. Afinal, é nesse cenário de respeito e liberdade que a democracia prospera e que soluções benéficas para toda a sociedade podem ser alcançadas.