Valdemar Costa Neto minimiza impacto de delação de Mauro Cid e reafirma Bolsonaro como cabo eleitoral do PL

Valdemar Costa Neto, presidente nacional do Partido Liberal (PL), desconsiderou o potencial impacto que o acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, possa ter nas próximas eleições. O dirigente manteve a expectativa de eleger mais de mil prefeitos no próximo ano.

Em uma entrevista ao globo, Costa Neto declarou: “Mais de mil com Bolsonaro à frente, o Mauro Cid não tem nada para falar de verba pública”. Esta linha de pensamento também foi seguida por Altineu Côrtes (RJ), líder do PL na Câmara, que afirmou que qualquer ataque que o partido sofra se reduzirá apenas a fazer do seu líder uma vítima.

No entanto, indícios de dificuldades já surgem na montagem das chapas para as eleições municipais do próximo ano. Em São Paulo, por exemplo, as negociações entre o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o PL têm sido complicadas devido ao interesse do prefeito em desassociar sua imagem do bolsonarismo.

O prefeito Nunes tem evitado vincular-se com um candidato a vice que seja alinhado ao bolsonarismo, apesar de reconhecer a importância do apoio do presidente e do PL em sua campanha de reeleição.

“Apesar de ter muitos comentários, especulações sobre vice, essa decisão será só no ano que vem. No momento certo, próximo das convenções, vamos reunir os partidos que irão compor a coligação e definir juntos.”, afirmou Nunes.

Em relação à eleição no Rio de Janeiro, o PL ainda está decidindo sua estratégia de atuação, o que inclui a escolha de um candidato para concorrer contra o atual prefeito Eduardo Paes (PSD).

Cid, um dos principais colaboradores de Bolsonaro durante seu mandato como presidente, teve seu acordo de delação premiada homologado por Moraes. O inquérito do qual Cid está sendo investigado pertence à investigação das “milícias digitais” que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, o tenente-coronel também está sendo investigado em relação à venda ilícita de joias, presentes ao governo brasileiro.

Anteriormente preso por ser objeto de uma investigação sobre a falsificação de dados de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde, Cid foi libertado provisoriamente sob a mesma decisão de Moraes que validou seu acordo de delação.