O indígena xavante José Acácio Serere Xavante, mais conhecido como Cacique Tserere, foi libertado neste sábado (9/9) após ficar preso desde 12 de dezembro do ano anterior por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). O cacique, que é um conhecido militante bolsonarista, estava detido em Brasília, e sua soltura foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes.
Cacique Tserere é um dos líderes do acampamento localizado em frente ao Quartel General do Exército em Brasília. O acampamento foi formado com o propósito de solicitar um golpe militar contra o ex-presidente Lula. A prisão de Tserere ocorreu após o indígena promover diversos atos políticos acompanhados de ameaças aos ministros do STF em lugares públicos de Brasília, incluindo o aeroporto e o ParkShopping.
A detenção do cacique foi o gatilho para uma noite de vandalismo ocorrida em Brasília em 12 de dezembro. Na ocasião, militantes bolsonaristas atearam fogo em carros no centro da cidade e tentaram invadir a sede da Polícia Federal, lugar para o qual o indígena Tserere foi levado inicialmente após sua prisão.
Segundo o advogado de Cacique Tserere, Levi de Andrade, a libertação do mesmo foi confirmada. Durante sua soltura, o momento em que Tserere colocou uma tornozeleira eletrônica foi registrado por militantes conservadores.
Cacique Sererê ganha liberdade hoje 09-09-2023 compartilha pic.twitter.com/OWwjvH02FQ
— Francisco Mello oficial (@Francyscomello7) September 9, 2023
A prisão do cacique já havia suscitado grandes discussões e debates jurídicos sobre a questão do direito à liberdade de expressão e seus limites, principalmente quando acompanhada de atos de violência e ameaças a autoridades. Com sua soltura, essas discussões ganham novamente destaque, sinalizando a complexidade e polarização do ambiente político no país.