Lula contradiz TPI e afirma que Putin não enfrentará prisão no G20 no Brasil em 2024; destaca entrevista à Firstpost

Em uma recente entrevista à jornalista Palki Sharma do canal indiano Firstpost, na tarde de sábado (9.set.2023), o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, assegurou que o presidente russo, Vladimir Putin, não correrá o risco de ser preso se vier ao Brasil para a 19ª edição da cúpula do G20 em 2024, que será realizada no Rio de Janeiro.

Segundo Lula, a presença de Putin não causará desrespeito por parte de outros países e é um atestado da independência brasileira. Ele acredita na importância de que o Brasil seja visto e tratado com seriedade no cenário global.

“Nós gostamos de tratar as pessoas bem. Por isso, eu acredito que Putin pode vir ao Brasil tranquilamente […]”, mencionou Lula. Ele ressaltou a sua posição como presidente do Brasil, garantindo que não existe motivo para que Putin seja preso em solo brasileiro.

Esta garantia surge num contexto em que o líder russo tem evitado eventos internacionais devido a ameaça de prisão. O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu mandados de prisão contra Putin e Maria Alekseyevna Lvova-Belova, chefe dos Direitos da Criança no Gabinete Presidencial russo, em março de 2023. Ambos são acusados por supostos crimes de guerra envolvendo a deportação ilegal de crianças e a transferência ilícita de menores de áreas ocupadas da Ucrânia para a Rússia.

Como resultado dessas acusações, Putin não compareceu à recente reunião do Brics (bloco formado por países emergentes), realizada entre os dias 22 e 24 de agosto do presente ano.

Durante a entrevista, que foi concedida enquanto Lula estava na Índia para a 18ª edição da Cúpula do G20, o presidente brasileiro também expressou a intenção de discutir o conflito entre Rússia e Ucrânia na próxima Assembleia Geral da ONU. A reunião, agendada para 19 de setembro, será uma oportunidade para convocar Putin e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para o diálogo, segundo Lula.

A acolhida de Putin na futura Cúpula do G20 no Brasil, bem como a discussão dos conflitos na próxima Assembleia da ONU, refletem a abordagem diplomática de Lula com foco nos direitos humanos e na resolução pacífica dos conflitos.