Os ministros Rui Costa, da Casa Civil, e Flávio Dino, da Justiça, podem ter seus sigilos telefônicos e telemáticos quebrados em decorrência de um requerimento protocolado pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE). O pedido foi apresentado durante uma sessão regular da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que analisa as ocorrências do dia 8 de janeiro.
Girão solicita, especificamente, a devassa dos dados de Costa entre os dias 1º e 31 de janeiro e de Dino para o período entre 1º e 9 de janeiro. A investigação pela CPMI busca elucidar quaisquer ações não-conformes aos protocolos governamentais que podem ter contribuído para os eventos de 8 de janeiro.
Girão argumenta, como justificativa para o requerimento, que o ministro Rui Costa, por ocupar uma posição chave na Casa Civil, tem responsabilidades de coordenação de ações governamentais, o que inclui a gestão de protestos e manifestações. O senador acredita que uma análise minuciosa das comunicações de Costa poderia revelar ações ou omissões relevantes para a investigação. A presença do ministro da Bahia numa reunião voltada para a desocupação do quartel-general do Exército em Brasília também suscitou questionamentos.
Quanto ao ministro Flávio Dino, Girão indica que o papel de destaque do mesmo na Justiça e seu poder decisório dentro do governo são fatores significativos que justificam a necessidade de uma análise mais aprofundada de suas comunicações no período investigado.
A sugestão de quebra de sigilo dos dois ministros ainda necessita passar pela votação dos membros da CPMI, o que deve acontecer nas próximas sessões da comissão. A decisão poderá lançar nova luz sobre os incidentes analisados pela CPMI, contribuindo para uma maior compreensão dos eventos de 8 de janeiro.