Aras acusa Operação Lava Jato de criar um ‘patrimônio tóxico’ que prejudicou a nação

No calor dos debates sobre a Operação Lava Jato, o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, emitiu um forte pronunciamento condenando o que ele descreveu como o “legado maldito” da operação. As observações foram feitas através de uma postagem na rede social X, na qual Aras caracterizou a Lava Jato como uma operação que “ceifou” vidas, política, economia e desafiou a soberania nacional.

Aras, que foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou que “Fui acusado de destruir a Lava Jato, quando apenas institucionalizei e despersonalizei o Ministério Público”. Ele argumentou que a realidade da operação está agora sendo desmascarada, com a sociedade enxergando seu lado sombrio.

As acusações de Aras estão em sintonia com a decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), de anular todas as provas do acordo de leniência da Odebrecht. A revogação chocante de Toffoli aconteceu no dia anterior ao post de Aras.

Aras também denunciou o que ele vê como um “forte corporativismo” apoiado por “fake news” disseminadas pela imprensa nos últimos quatro anos, que confundiram justiça com vingança.

Aras, que atualmente busca ser reconduzido para a PGR pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teve uma reunião em 17 de agosto com Lula, acionada por Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, que também apoia a recondução de Aras.

Toffoli, além de anular as provas do caso da Odebrecht, acusou os agentes da Lava Jato de desrespeitarem o devido processo legal, ignorarem decisões judiciais superiores, manipularem provas, e atuarem parcialmente.

Toffoli foi ainda mais duro, acusando os agentes de “verdadeira tortura psicológica” para obter provas contra alegados inocentes, afirmando abertamente que a prisão do presidente Lula foi uma das “maiores armações e erros judiciais da história”.

Ademais, Toffoli ordenou à Procuradoria-Geral da República e outros órgãos, incluindo a Advocacia-Geral da União (AGU), a identificar os “eventuais agentes públicos que atuaram e praticaram os atos relacionados” ao acordo de leniência da Odebrecht.