O atual governo do Brasil, presidido por Luiz Inácio Lula da Silva, já superou a marca de R$ 3 milhões em despesas para contratar a empresa responsável pela montagem e organização do famoso desfile do Dia da Independência, comemorado em 7 de Setembro. O valor é expressivamente superior se comparado com o investido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro no primeiro ano de seu mandato.
Em 2019, Bolsonaro empregou cerca de R$ 971 mil – valor que corresponderia, hoje, a aproximadamente R$ 1,2 milhões com a correção da inflação – para a MM Faleiros Montagens e Eventos, empresa vencedora da licitação para realizar o desfile cívico-militar. Contrariamente, Lula pagará à mesma empresa, que também venceu a licitação este ano, uma quantia adicional de R$ 1,8 milhão em comparação ao montante empregado há quatro anos.
De acordo com informações divulgadas pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, o custo final do evento pode ser ainda maior, tendo em vista que o Palácio do Planalto calculava inicialmente um gasto de R$ 6,8 milhões apenas para a contratação do serviço de montagem de arquibancadas, instalação de banheiros químicos, entre outros componentes necessários para a realização do evento.
Os gastos do governo não se limitam à montagem da estrutura do desfile, incluindo, também, despesas com a concessão de diárias aos militares que participarão do ato. Conforme relatado pelo “Estadão”, somente o Ministério da Defesa desembolsou aproximadamente R$ 8,4 milhões durante o 7 de setembro do último ano.
No entanto, não é apenas uma questão de logística e infraestrutura por trás do aumento dos gastos. Segundo fontes próximas à presidência, o objetivo de Lula é redefinir o significado desta data histórica, buscando dissociá-la da imagem de Bolsonaro, que mobilizou milhões de apoiadores não apenas em Brasília, mas em diversas cidades por todo o país.
A organização do desfile cívico-militar de 2022 está sob a responsabilidade do ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta. Segundo informações do Palácio do Planalto, a intenção é transformar o desfile deste ano numa celebração à retomada dos símbolos nacionais – como as cores da bandeira – que têm sido associados a Bolsonaro e seus seguidores.
Estima-se que aproximadamente 30 mil pessoas assistirão ao desfile na Esplanada dos Ministérios, que contará com a presença de efetivos militares, blindados e o tradicional voo da esquadrilha da fumaça. Para garantir a segurança, o Palácio do Planalto também planeja um esquema similar ao utilizado durante a posse de Lula. Com esses esforços, o governo busca distanciar a população do presidente durante a realização do evento.