Fortunas do Nordeste – O Sul e o Sudeste podem ainda dominar a lista geral de bilionários do Brasil, mas a região Nordeste, em 2023, inscreve na lista da Forbes 30 de seus principais ricos. O estado do Ceará, surpreendentemente, é o principal reduto dessas fortunas, com 17 bilionários, dos quais sete estão entre os 10 mais ricos.
A maior fortuna entre os bilionários do Nordeste pertence ao cearense Mário Araripe, controlador da empresa de energias renováveis Casa dos Ventos, com um patrimônio líquido estimado em R$ 13,9 bilhões. Além de ser o mais rico do Nordeste, Araripe também possui a maior fortuna das regiões Norte e Centro-Oeste do país, conforme aponta o levantamento da Forbes.
Logo em seguida, ocupando o segundo lugar da lista entre os mais ricos do Nordeste, vem pernambucano Ilson Mateus Rodrigues do Grupo Mateus, com uma fortuna avaliada em R$ 7,2 bilhões. O estado de Pernambuco fica na segunda posição dentre os estados nordestinos com mais bilionários, com seis deles.
O cálculo do patrimônio total dos 30 bilionários do Nordeste atinge a impressionante marca de R$ 76,15 bilhões. Apenas o Ceará responde por R$ 48,71 bilhões desse montante, posicionando-se como o sexto estado do Brasil em termos de fortuna nas mãos dos bilionários.
No que se refere ao comparativo de gênero, as mulheres são detentoras de 20% das fortunas acima de R$ 1 bilhão na região Nordeste. Maria Consuelo Leão Dias Branco, viúva do fundador da gigante alimentícia M. Dias Branco, encabeça a lista de mulheres mais ricas da região, com um patrimônio que ultrapassa os R$ 5 bilhões.
Os outros estados do Nordeste que aparecem no ranking de bilionários são Maranhão, com quatro representantes; Bahia e Paraíba, com dois e um respectivamente. Entre os demais bilionários do Nordeste destacam-se o paraibano José Janguiê Bezerra Diniz, fundador da Ser Educacional, e os cearenses da família Koren de Lima, responsáveis pela Hapvida.
Ainda que esteja longe de ser a região com maior número de bilionários do Brasil, o destaque do Nordeste na lista da Forbes aponta para a crescente concentração de riqueza em um território marcado por desigualdades históricas, evidenciando assim a importância de políticas públicas para a redistribuição de riqueza e diminuição da desigualdade social.