Para o Partido Comunista Chinês (PCC), ampliar a proibição de iPhones em escritórios e empresas estatais é mais do que uma possibilidade. Este novo movimento representaria imenso desafio à gigante de tecnologia, Apple, já que a China constitui seu principal mercado externo, e é o cerne de sua produção global.
A crescente pressão exercida pelo governo chinês já resultou em uma queda de US$ 212 bilhões no valor de mercado da Apple. Em apenas dois dias, suas ações, principal componente dos principais índices de ações dos EUA, caíram 5,1% em Nova Iorque. Esta queda intradiária é a maior desde 4 de agosto, somando-se ainda ao declínio de 3,6% que as ações já haviam sofrido na terça-feira (5).
A informação de que agências governamentais estão instruindo seus funcionários a deixar seus iPhones em casa foi veiculada pelo The Wall Street Journal. Segundo o jornal, foi por meio de grupos de mensagens e reuniões que estes comunicados foram transmitidos. A capital chinesa, Pequim, possui planos de ampliar estas restrições para mais empresas estatais e outras instituições controladas pelo Estado.
Se tais medidas forem, de fato, implementadas, seriam um cenário sem precedentes, culminando anos de tentativas de erradicar o uso de tecnologia estrangeira em ambientes considerados sensíveis pela China. Esta atitude coincide com o momento em que a China procura reduzir sua dependência de software e componentes de origem americana.
Esta proibição representa uma grave ameaça para a posição da Apple no mercado chinês, responsável por cerca de um quinto da receita total da companhia. A fabricação da maioria dos iPhones ocorre em fábricas chinesas, que fornecem emprego para milhões de trabalhadores.
Como ainda não há diretrizes formais escritas sobre estas restrições, não está claro quantas empresas ou órgãos governamentais realmente acabarão por adotá-las. Estima-se que a implementação destas proibições variará entre instituições estatais e empresas, com algumas possivelmente limitando o uso de dispositivos Apple apenas nos locais de trabalho e outra optando por uma proibição completa a seus funcionários.